A Biblioteca/Centro de Recursos da Escola Secundária Nuno Álvares, em Castelo Branco, está integrada na Rede de Bibliotecas Escolares desde 1999. Existe igualmente a Biblioteca Egas Moniz, que data da fundação da Escola (1946) e que possui um fundo reservado.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Amato Lusitano - Um cérebro em fuga no séc. XVI
Minha crónica (Dr. Carlos Fiolhais) no " Público" de hoje (04/11) (ver a seguir a imagem do famoso juramento de Amato Lusitano censurado, tal como está numa cópia da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra):
Completam-se neste ano cinco séculos após o nascimento, em Castelo Branco, não só de um dos maiores médicos portugueses mas também de um dos maiores médicos de todos os tempos. Chamava-se João Rodrigues, nome a que acrescentou o da sua terra natal, vindo mais tarde a adoptar o pseudónimo de Amato Lusitano, nome pelo qual ficou conhecido em toda a Europa.
Na sua época, passou-se a ver a abóbada celeste e também o corpo humano com outros olhos. Em 1543 eram publicados os livros Revolução dos Orbes Celestes, do astrónomo polaco Nicolau Copérnico, e Fábrica do Corpo Humano, do médico belga André Vesálio. Estas duas obras inauguraram a ciência moderna, fundada na observação e na experiência. Esse é, por isso, convencionalmente, o ano do nascimento da ciência tal como a conhecemos hoje. Seis anos antes, o rei D. João III tinha mudado a Universidade de Lisboa para Coimbra (não havia ainda a Biblioteca Joanina, que exibe actualmente uma exposição sobre Amato Lusitano). E, sete anos antes, o mesmo rei tinha estabelecido a Inquisição, que, embora no início quisesse contrariar a Reforma protestante, cedo se virou, entre nós, contra os judeus.
Amato Lusitano era judeu. Não admira, por isso, que tenha saído do país em 1534, nunca tendo regressado. Depois de ter estado em Antuérpia, obteve um lugar de professor de Medicina na Universidade de Ferrara, em Itália, onde, no exercício da dissecação de cadáveres, descobriu as válvulas venosas, uma observação que haveria de conduzir passadas algumas décadas à identificação do papel do coração no sistema circulatório. Tratou o Papa. Morreu, vítima de peste, em Salónica, então no Império Turco e hoje na Grécia, depois de ter passado em errância por várias cidades, como Ancona, em Itália, e Dubrovnick, hoje na Croácia. Tinha apenas 57 anos: a longevidade não era naqueles tempos o que é hoje, graças em boa parte aos progressos da medicina. Vesálio, por seu lado, só viveu 50 anos. Talvez se tenham encontrado, pois um colega e amigo de Amato em Ferrara era irmão de Vesálio (já na altura havia famílias com vários médicos!). Segundo alguns autores, Amato figura até no areópago dos doutores mais notáveis do seu tempo uma vez que aparece na portada do livro de Vesálio, debruçando-se sobre um corpo anatomizado.
As citações existem desde que há ciência. Vesálio conhecia o trabalho de Amato e citou-o para criticar o seu trabalho sobre as veias. Reciprocamente, Amato referiu também várias vezes Vesálio, também num tom crítico. Lê-se numa citação das Centúrias, uma compilação de casos clínicos e a sua obra maior:“Sobre a raiz da China me agrada falar aqui, visto que até agora, que eu saiba, pouco ou nada foi dito e tanto mais que André Vesálio, há poucos dias, publicou um livrinho a que pôs o título ‘A raiz dos chineses’, no qual (poderia dizê-lo sem hostilidade pessoal) nada se encontra, além do título, que diga respeito à raiz dos chinas. Com efeito, todo o livrinho é de Anatomia. Para o entender é necessário o charadista Édipo”. A raiz da China é uma planta trazida do Oriente pelos Portugueses, à qual eram atribuídas propriedades de cura da sífilis. Portugal desempenhou na época um papel extraordinário no mundo, que então começava a ser global, ao trazer e divulgar plantas medicinais de paragens remotas. Na mesma época, outro judeu português, Garcia de Orta, que rumou de Lisboa para a Índia no mesmo ano em que Amato se exilou, citou Vesálio a propósito da referida raiz, nos seus Colóquios dos Simples. Escreve o médico e botânico: “E destouta raiz da China dizem Vesálio e Laguna muitos males dizendo que é podre e sem virtude e que custa muito dinheiro, e não tenho que ver com que custe muito ou que custe pouco, nem que seja cara ou barata, antes me parece bem o que diz Mateolo Senense, que basta para esta raiz ser boa mesinha, tomá-la o Imperador Carlos V e aproveitar-lhe." Pois aqui está um dito bem moderno e que devia ser ouvido nesta época de redução dos orçamentos da saúde: não importa tanto o preço do medicamento, mas mais que o doente se cure.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Concurso anual da UE para jovens tradutores
http://ec.europa.eu/translatores/
Dia Europeu das Línguas
Saiba mais em http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwcot0.detalhe?p_cot_id=7179
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Materiais da DGIDC sobre o Acordo Ortográfico
http://www.dgidc.min-edu.pt/outrosprojetos/index.php?s=directorio&pid=168
terça-feira, 7 de junho de 2011
Sabes o que queres ser?
Os visitantes podem tornar-se verdadeiros escritores. Vão poder escrever a sua própria história, publicar um livro da sua autoria e levá-lo para casa. Saiba mais em http://www.Kidzania.pt
terça-feira, 31 de maio de 2011
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Portal da Língua Portuguesa
Não tenha dúvidas sobre o Acordo Ortográfico (AO): visite o Portal da Língua Portuguesa em http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=acordo
Acordo Ortográfico
Digite o assunto no campo "pesquisa"
Conferências em linha no sítio da dgidc
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Projecto CATA LIVROS
CATA LIVROS é o novo projecto desenvolvido pela equipa GULBENKIAN/CASA DA LEITURA que utiliza a internet para aproximar os jovens leitores de um conjunto de títulos essenciais da literatura para infância e juventude, com destaque para a produção nacional, assentando no carácter lúdico e interactivo das narrativas e desafios propostos.
Animado por uma equipa que inclui João Paulo Cotrim, Fernandina Fernando, Elsa Serra e Mariana Sim-Sim David, entre outros, o portal CATA LIVROS é dirigido aos leitores iniciais e medianos (sensivelmente, dos 8 aos 12 anos) e está construído a partir da metáfora de uma casa, com as suas salas e saletas, cantos e recantos, caves e sótãos, e que levam títulos como "salão salamaleque", "janela de papel" ou "cozinhório & laboratinha". O mocho, ícone carismático da CASA DA LEITURA, ganha como parceiro um corvo, e ambos servem de cicerones na aventura em que se transformará a leitura.
Os livros abordados são escolhidos segundo critérios de qualidade literária e estética, mas também de representatividade histórica e estilística, sem descurar a atenção ao texto e ao grafismo. Cada mês terá um tema diferente (para começar, por exemplo, «Histórias de bichos estranhos») e, dentro desse tema, um livro destacado e, pelo menos, dezanove outros abordados de modos diversos.
O CATA LIVROS permite também aos mediadores (bibliotecários, professores, educadores, etc.), bem como ao mais generalista dos públicos (pais e jornalistas), por um lado, aceder, através de um conjunto diversificado de recursos, aos livros que alimentam a curiosidade de leitores da mais tenra idade até à adolescência, e, por outro lado, a um conjunto de reflexões, projectos e práticas na área da promoção da leitura.
A equipa que desenvolve o CATA LIVROS acredita que os livros e tudo aquilo que eles contêm, começando nas palavras e imagens, contribuem para tornar a vida melhor. Acredita ainda que ler é um direito e um prazer que pode ser descoberto com pequenas, mas decisivas, ajudas de outros leitores.
Saiba mais em www.catalivros.org