quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Direitos de autor: Projecto Escolas quer pôr alunos a criarem obras originais *

O objectivo é pôr alunos entre os 12 e os 18 anos a criarem obras originais nas seguintes categorias: Música, Letra, Design, Vídeo, Plano de Promoção Online, Escrita Criativa e Media. A iniciativa dá pelo nome de Projecto Escolas – Concurso de Criatividade Grande e tem o apoio das ministras portuguesas da Cultura e da Educação e ainda da Comissária europeia para os Assuntos dos Consumidores.

O Projecto Escolas – Concurso de Criatividade Grande foi ontem oficialmente apresentado na Cinemateca Portuguesa. Durante a apresentação, Gabriela Canavilhas, Isabel Alçada e Meglena Kuneva (que se fizeram representar através de um vídeo protagonizado pelas próprias) explicaram a importância desta iniciativa, que tem como objectivo último sensibilizar os jovens para a importância dos direitos de autor e da propriedade intelectual.

O projecto é, aliás, promovido pela Agecop - Associação para a Gestão da Cópia Privada, em conjunto com um conjunto de sociedades que representam os autores, os artistas, os produtores e os editores. “Trata-se de um projecto inovador, de educação e literacia nas matérias de direito de autor e direitos conexos no ambiente digital”, escreve a Agecop em comunicado.

Os alunos e as escolas são convidados a participar no desafio através de um site que vai conter vídeos de autores, artistas e profissionais das indústrias criativas ligados a cada categoria, indica ainda o comunicado da Agecop. Estes vídeos vão servir para acompanhar, apoiar e orientar os alunos ao longo de todo o projecto.

Os melhores trabalhos serão premiados com a respectiva produção e divulgação.
O projecto será lançado oficialmente em Janeiro de 2010, data em que será disponibilizado o site.

* 20.11.2009 - 15:02 Por PÚBLICO

sábado, 21 de novembro de 2009

Rui Zink na nossa escola

Rui Zink deslocou-se a esta cidade para receber o Prémio Ciranda.

Aproveitando a oportunidade, esteve na nossa Escola, na Biblioteca Egas Moniz, para apresentar a sua nova obra: “O Destino Turístico”.


Prémio Ciranda a Rui Zink encerra festival Língua Toda
Festival Língua Toda foi o motor de arranque para um novo impulso desta editora que promete muitas surpresas.

"Foi um enorme sucesso, quer pelo nível de convidados que tivemos presentes, quer pelo número de participações em algumas sessões" o Festival de Língua Portuguesa, denominado por Língua Toda. Quem o afirma peremptoriamente é Elsa Ligeiro, da direcção da editora alcainense Alma Azul, que organizou desde o dia 23 de Setembro até à passada sexta-feira este festival dedicado à literatura.


Inês Monteiro, “Gazeta do Interior”, de 18 de Novembro de 2009


Se quer conhecer melhor este escritor, consulte

http://ruizink.com/acerca-2/

terça-feira, 17 de novembro de 2009

"A VIAGEM", in "Contos Exemplares" - outra escolha para o Ensino Secundário

Num espantoso conto de Sophia de Mello Breyner Andresen, intitulado "A Viagem", um casal perde-se e procura o caminho certo, percebendo que não pode voltar de novo às encruzilhadas onde escolhera um dos caminhos. É uma viagem "parábola" da nossa vida em que procuramos, tantas vezes, agarrar o que já passou.
No final do conto, quando percebe que tudo vai perder, a mulher já sozinha diz: "Do outro lado do abismo está com certeza alguém. / E começou a chamar."

Também a poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen remete o homem para um espaço utópico (ideal e impossível) comparável ao lugar procurado pelo casal que protagoniza o conto alegórico 'A Viagem '.
Eis o lugar ideal para o casal que protagoniza o conto:
"Ali parariam. Ali haveria tempo para poisar os olhos nas coisas. Ali poderiam respirar devagar o perfume das roseiras. Ali tudo seria demora e presença. Ali haveria silêncio para escutar o murmúrio claro do rio. Silêncio para dizer as graves e puras palavras pesadas de paz e de alegria. Ali nada faltaria: o desejo seria estar ali.”


in http://moodle.ag-sg.net

"O Visconde Cortado ao Meio", de Italo Calvino - uma das escolhas para o Ensino Secundário

Acabo de ler há dias O Visconde Cortado ao Meio com a sensação de enorme conforto que nos fica de belas refeições e dos mais belos momentos físicos das nossas vidas. O ritmo da escrita de Calvino é quase musical, uma sinfonia que passa pelos nossos olhos quase sem esforço, já que, como uma vez disse um grande livreiro português, «ler é uma chatice, mas é a única forma de chegar ao conteúdo dos livros, à vida dos livros». Ora, ler Calvino é a antítese desta sentença.
O visconde Medardo de Terralba (protagonista da obra) havia ficado mutilado na guerra com os Turcos. Cortado em dois por uma malograda bala de canhão, Medardo volta à sua terra natal, Terralba, apenas com uma dos lados do corpo, «decepado» na vertical. Aparentemente, voltara apenas a sua «metade má», passando o visconde a atormentar os seus próprios súbditos, desde enforcamentos em massa a pequenas patifarias com um toque de crueldade infantil – como abrir buracos nas pontes para os camponeses lá caírem.
Pelo meio várias personagens se juntam à narrativa: Pamela, a sua amada; o doutor Trelawney, que, apesar de ter viajado com o capitão Cook, «pouco ou nada tinha visto durante as suas viagens, porque passava o tempo todo no porão, a jogar ao sete-e-meio com os marinheiros»; o artesão Pedro Prego, que construía, para seu desprazer, máquinas de execução e tortura para o visconde, embora a estética das construções o maravilhasse; e o narrador, uma criança que é sobrinho do próprio visconde.Aliás, a «inocência» da escrita é de certa forma parente do facto de o narrador ser, habitualmente, uma criança: seja sobrinho do protagonista nesta obra ou, por exemplo, o irmão do barão protagonista de O Barão Trepador.
Para finalizar, resta dizer que a chave do livro está no surgimento de uma nova personalidade misteriosa do visconde de Terralba que, aparentemente, faz o bem de forma tão veemente como faz o mal. Esta duplicidade divide os habitantes a partir do momento em que o «benfeitor», ao denunciar os pequenos crimes inocentes, se torna tão insuportável quanto o terrível tirano que é o visconde mutilado regressado da guerra. Ou seja, e como diz o narrador, os habitantes sentiam-se «perdidos entre a malvadez e a virtude igualmente desumanas». É precisamente nesta duplicidade, nesta ambivalência, que reside a chave do livro, que reside a essência das duas naturezas do visconde. Das duas naturezas, enfim, do próprio homem. Poucos escritores transformariam esta questão num livro tão memorável. Italo Calvino é um deles. O desfecho deixa ao leitor essa oportunidade de descoberta.
"O Visconde cortado ao meio", de Italo Calvino, é o primeiro livro da trilogia "Os Nossos Antepassados". É um livro de linguagem e estrutura feérica, onde as formas mais presentes nos tradicionais contos de fadas conseguem ser desenvolvidas nos seus aspectos mais terríveis, a caminho do sadismo, num contexto referencial adulto, norteado por um sentido de humor que balança entre o infantil e o mais filosoficamente profundo cinismo. Hiperbólico e metafórico, é um romance poético sem se deixar ofuscar pela sua linguagem poética. A invenção do absurdo nunca se sobrepõe à narrativa que avança sempre com o mais nobre (e hoje, cada vez mais difícil) intuito de qualquer obra de ficção, que é contar uma história. Há, com certeza, um fundo moral e político que, independentemente de qualquer pretensa opção puramente hedonista do autor, conforma uma alegoria sobre a natureza humana e a sua necessária complexidade. Ao contrário de alguns autores, não considero que Calvino ataque a bondade pura; apenas expõe ao ridículo a sua estéril e impotente obra e o desejo de recorrente reformismo, em contraste, por exemplo, com a atitude pedagogicamente correcta da ama Sebastiana que admoesta a parte boa do visconde sem querer saber de qualquer desculpa baseada na origem maligna dos comportamentos apenas imputáveis à parte má, porque ambos permanecem, ao seu olhar maternal, como um só.

"Cão como nós", de Manuel Alegre - obra escolhida para o Ensino Básico

São cento e algumas páginas que nos mostram, à sua maneira, a forma de um homem ter saudades do seu cão. A este, um epagneul-breton, foi-lhe dado o nome de Kurika, nome de leão, e não era então um cão como os outros, era-o antes como nós.

Era também um membro da família, um irmão, talvez, para os filhos do narrador, este era talvez o único que o via como cão e não como um deles, apesar de o saber diferente tentava sempre mostrar-se dono do seu cão como tal o era. Página sim, página não temos os relatos alternados de um dono de um cão que mesmo depois de este morrer o continua a sentir como se se tivesse tornado apenas invisível mas continuasse a existir. Ouve-o. Sente-o. Quase o vê. Talvez apenas imagine, mas seja como for o que interessa é que, imaginado ou não, Kurika estava e faria, onde estava e o que sempre fazia.
Página sim, Kurika quer passear no jardim (mas não se passeia um cão invisível). Página não, o narrador e os filhos observam Kurika numa ida a praia e interrogam-se acerca do espírito do animal.

São cento e algumas páginas com uma narrativa simples, quase poética (ou não quase, poética mesmo), linguagem viva e sentido de realidade, não da nossa de facto, mas da realidade da memória deste cão, que se não o era como os outros era-o então certamente como nós.

concurso de leitura - 2009/10 - 1.ª Fase - dia 17 de Dezembro

CÃO COMO NÓS – MANUEL ALEGRE
(leitura indicada por João Videira Santos)


“Sei muito bem que as pessoas saem dos retratos, sei isso desde pequeno, mas tu não, estás proibido de voltar a fazer o que fizeste esta noite, não posso entrar na sala e ver outra vez a tua moldura vazia.”
Cão como nós, novela do escritor português Manuel Alegre, publicada pela Editora Dom Quixote, é um relato comovente da relação do homem com o cão Kurika. O vínculo construído sem palavras e com forte simbologia. A personalidade do cão forma-se com os liames afectivos, a sua inserção dentro da família e os papéis que assume.O narrador, dono do cão, intercala memórias muito vívidas com o vazio deixado com a ausência do animal. Durante muito tempo, acreditou que o cão era cão e deveria ser convencido disto, mas com a sua morte, compreendeu que o cão era um personagem definitivo no enredo da família. Era o olhar atento, a alegria, a aproximação silenciosa, o corpo entre os pés, as manifestações durante as apresentações musicais, a empatia, a solidariedade, a presença...
Era um cão que acreditava não ser cão e se comportava como filho e irmão. Para o cão, não havia porta fechada ou ordens que não pudessem ser descumpridas, mas existia a fidelidade e o incondicional amor.
As percepções do cão são reveladas na narrativa. Uma confissão amorosa que imortaliza o dia-a-dia do cão, que, não sendo humano, era cão como nós.“Sinto calor aos pés, aposto que estás aí enroscado, vamos de carro a caminho de Moura e um poema começou a esboçar-se dentro de mim, pego num pedaço de papel, é uma conta de cartuchos, não importa, serve, começo a escrever, quando ficamos sós eu leio-te, é para ti.”

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Outubro - mês da literacia da informação nos Estados Unidos

Barak Obama proclamou o mês de Outubro como o mês da literacia da informação nos Estados Unidos
"NOW, THEREFORE, I, BARACK OBAMA, President of the United States of America, by virtue of the authority vested in me by the Constitution and the laws of the United States, do hereby proclaim October 2009 as National Information Literacy Awareness Month. I call upon the people of the United States to recognize the important role information plays in our daily lives, and appreciate the need for a greater understanding of its impact".